sábado, 31 de dezembro de 2011

A coisa ficou quente: primeiro post de explicações no último dia ano.

"Marcas do que se foi, sonhos que vamos ter..."

Olá leitores que já não vou chamar de raros, visto o burburinho que os poucos já provocam. Uma semana de blog e a coisa já deu polêmica. Gostaria muito de ver os comentários postados no próprio blog. Falo abertamente com as pessoas, mas as pessoas não querem falar abertamente comigo. Por isso resolvi fazer este primeiro post de explicações. Oia que chik!

Na meu último texto falei de um assunto polêmico: A exaltação do belo. Citei três exemplos de como isso ocorre ao nosso redor.

Provoquei, admito, e esperei pelas cacetadas dos forrozeiros e telespectadores da Zorra Total. Qual não foi meu susto ao perceber de onde vieram as críticas: do meu comentário sobre a Missa da Timbalada.
Minha cara de susto foi mais ou menos assim.
Soube por fontes confiáveis (viu, eu já tenho fontes) que desde as 6 da manhã de hoje - o que já exclui todos os que participaram do Festival de Música João do Vale, que terminou super tarde - a Casa Paroquial foi inundada de "denúncias" sobre eu ter "acabado" com a citada missa, sobre o "ódio" que sinto pelos padres de nossa cidade e etc e tal e tal e etc...
Imagem meramente ilustrativa do povo querendo me apedrejar.

Sobre os fatos, venho mui humildemente esclarecer que:
- as afirmações de "ódio" aos padres de minha paróquia são imensamente falsas. Nutro uma amizade sincera e verdadeira com o padre idealizador da Missa da Timbalada, o Pe. José Geraldo, o qual adotei por meu confessor, visto admiração que sinto por sua sabedoria e a sinceridade em suas palavras, além de outras grandes qualidades. Além deste, tenho grande respeito pela figura do Pe. Valdenício, paróco da minha paróquia, também homem de grande valia.
- a amizade que tenho com o Pe. José Geraldo não impede minhas críticas com a dita missa, as quais já fiz com o próprio padre, que, justificando minha admiração por sua sabedoria, sempre as ouviu de forma totalmente aberta, nunca colocando em dúvida meu respeito e amizade devido a isso.

Diante disso ainda falo o seguinte:
No conceito atual de internet, a chamada Web 2.0, os blogs constituem-se espaço não só compartilhamento de informações mas também de debate e reflexões sobre elas. Neste quesito, os locais para os comentários tornam-se verdadeiros fóruns de debate, onde, através das ideias, as pessoas podem chegar a consensos ou discordâncias, sempre respeitando e conhecendo a opinião do outro. Essa conquista e partilha de informações é uma característica de um sociedade desenvolvida e de ideias, que, diante de um mundo diverso e cheio de contradições busca ferramentas para expor seus pensamentos.

Uma pessoa que visita um blog, portanto, mais que um mero leitor, passa a ser um participante nessa discussão e encontra ali oportunidades únicas de ser este ser desenvolvido não só dentro da web, mas também dentro da sociedade. Portanto, as pessoas que, de forma maldosa (lembra dos fariseus que citei no polêmico post?), recorreram à mentira e à distorção, sem ao menos ter a coragem de comentar sobre seu ponto de vista, são pessoas SIM alienadas, desprovidas de opinião e inteligência, produtoras do lixo virtual que encontramos em 90% da internet e provavelmente gostam de forró "arrocha", dançam funk ou assistem o Ben 10.
Típico leitor maldoso
...

Bem, não era dessa maneira que pensava em me despedir do blog em 2011. Meu post de hoje ficará pra amanhã (a não ser que alguns judas me entreguem por 30 moedas de R$0,50). Desejo a todos, bons e maus leitores, um ótimo 2012 cheios daqueles clichês de prosperidade, saúde e paz.

Abraços!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O que é melhor: beleza ou conteúdo?

Ai ai ai... minha cabêça dói um pouco depois de ter ido parar na "Quinta do Real" durante meu aniversário. Mesmo assim vou escrever o post de hoje. Vai que alguém lê...

Se você acha que vou falar de relacionamentos, pessoas bonitas ou feias e tralalá, melhor você ir visitar um site de mulher fresca. Vou falar de três situações onde vejo que a beleza é posta como essencial, prioritário e indispensável através de três coisas que observei ultimamente no meu dia a dia e que nos leva a relfetir.

A primeira delas é sobre a música.

Há muito tempo as letras deixaram de ser importantes nas músicas. A música "bonita" é aquela que tem um bordãozinho bem fácil de aprender e que fica martelando na nossa cabeça o dia todo. A música "boa" é aquela com um ritmo dançante, daqueles que só de ouvir dá vontade de descer até o chão... O conteúdo, ah o conteúdo... esse é dispensável, careta...

"Sou assim, viro as noites num bar. Se quiser me amar, tem que se acostumar com meus defeitos..." (Letra de uma música de forró, o estilo musical mais massacrado pelo culto à beleza ou a futilidade)
 Mais interessantes são aqueles shows onde o próprio fã alucinado admite que não entende o que está sendo cantando, seja porque a letra confusa, com frase que não tem nada a ver com a anterior, ou porque o barulho (vulgo: som) é tão mais valorizado que a voz, que o vocalista vira só peça de enfeite no conjunto, ninguém precisa ouvir ou saber o que ele está cantando. (Talvez isso explique os cantores horríveis que temos por aí).

 "Minha pedra é ametista, minha cor o amarelo, mas sou sincero, necessito ir urgente ao dentista" (Esse cara precisa ir urgente é a um psicólogo. Que letra sem pé nem cabeça é essa?)
Aqui na minha cidade está acontecendo um festival de música popular. Bons cantores em bons arranjos com boas - a maioria das vezes - letras e pouquíssimos espectadores. E olha que é entrada franca. Se fosse o MC Phodão tocando créu a noite toda, o local estaria lotaaaado.

Infelizmente, se alguém escutar você ouvindo um Vinícius de Moraes ou algo parecido, você pega logo fama de antigo, careta, baitola... O mundo hoje é o mundo do vazio, das aparências...

Eu não preciso comentar isso. Preciso?
Fenômeno parecido a gente vê na televisão. O que é que dá mais audiência? Programação (deesculpe a palavra, mas eu tenho que dizer) escrota, sem nada a acrescentar. Entrenenimento barato.

Ok, ok. Eu concordo que entrenimento também faz parte da  vida das pessoas e etc e tal e tal e etc, mas a sociedade moderna só dá valor ao que é lixo, dispensável. A melhor programação da TV aberta brasileira está nas tvs de menor audiência. A discrepância é ainda maior quando comparamos o gosto do telespectador brasileiro com o gosto de sociedades mais "evoluídas" ou de "primeiro mundo". Só assistimos porcarias, nada de cultura, nada de educativo, na de inteligente.

As próprias palavras "cultuta", "educativo" e "inteligente" soam rídiculas na cabeça da maioria das pessoas. Até as crianças de hoje já não assistem nada que preste.

Este programa é engraçado, educativo e dá 0,4 de audiência. (Fonte: Ibope/Painel Nacional de Televisão)
Este programa é divertido, estimula a constante competição, em nada educa as crianaças e tem 9 pontos de audiência. (Fonte: Ibope/Painel Nacional de Televisão)
Esse padrão envolve tudo: a música, as artes, a tv, a moda, a igreja... Epa! Peraí! A igreja?????

Atenção. Futebol, política e religião é algo controverso. Se você não concorda com esse artigo, respeite quem concorda. Se acha que não vai concordar então nem continue...

Quem sabe o mínimo de religião cristã, sabe que o objetivo das igrejas é levar a palavra de Jesus, o filho de Deus, plantando a semente do Reino de Deus nos corações dos homens. Quem é católico, vê na igreja o corpo daquilo que Cristo é a cabeça. Só que eis que a igreja é formada por homens e os homens... já sabe né?

As igrejas, primeiros as protestantes e mais recentemente as católicas, transformaram a religião em um jogo, onde o objetivo final é angariar fieis. A quatidade... Qualquer evento religioso tem o sucesso medido através dos números: "aquele show evangélico foi um sucesso, tinha trocentas mil pesssoas"; "oh, que procissão maravilhosa, tinha caralhocentas mil pessoas"... Se tal evento produziu frutos de fé... bem... isso é o de menos.
De um lado a igreja tal, do outro, a igreja tal. Quem vai vencer?
Também me deixou preocupada a recente "Missa da Timbalada" em nossa cidade. A bela missa atraiu centenas de jovens à Igreja que no domingo seguinte não contava com a metade do público para a missa de Natal, A MISSA DE NATAL!!!!. Como não achar que estes jovens foram atraídos pela beleza ao invés da fé?

Os fariseus crucificaram a Cristo por não acreditar que o prometido salvador viria de uma virgem pobre e nascido em um estábulo. Nós o crucificaríamos novamente por ele não vir em cima de um trio elétrico. Foi-se o tempo em que as pessoas se adaptavam ao plano de Jesus. Hoje, Jesus tem que se adaptar ao gosto das pessoas. Cada um com seu Jesus pessoal, egoísta, individualista, divertido...
Sim leitor, esta mulher está distribuindo a Santa Comunhão de peruca rosa e chifrinhos do diabo na "Missa de Halloween, em Oregon, EUA".
E você. O que achou do artigo? Também acha que o ser humano está cada vez mais fútil? Deixe seu comentário.

P.S. Estava eu olhando materiais para esse post quando quase caí pra trás de susto e uma certa tristeza quando me deparei com isto.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Retrospectiva 1999

Olá caro (e começando a aparecer) leitor. Devido às instabilidades interneticais de ontem, o dia passou sem postagem. Mas eis eu de volta.

Não, leitor, não houve erro de digitação no título (apesar dos erros do texto) nem eu estou pirado com o fato de hoje ser meu aniversário. Estamos aqui pra fazer um resumo do que se passou em 1999. Como eu não quero perder tempo, vou deixar que o pessoal da TV Globo (este ano até recebi uma ligação deles, sério) resuma o ano pra você.



Viu como nada mudou nesses 12 anos? São os mesmos escândalos políticos, as mesmas loucuras do clima, a violência, as guerras, o vai e vem da economia, um monte de gente famosa que morre. Todo ano é "inesquecível". Poderíamos facilmente copiar a escalada da Restrospectiva 99 e colar na Retrospectiva 2011, tirando as menções ao ano, claro, que pouca gente ia notar o truque.

Outra coisa que não muda no decorrer dos anos...

Isso nos leva a uma reflexão: Tirando o lado tecnológico, o homem tem evoluído em pensamento, socialmente, politicamente, humanamente...?

O uso da nossa inteligência pouco tem contribuído para o nosso crescimento como pessoa. A tecnologia, ao contrário, tem futilizado as pessoas, tornando-as apegadas ao vazio da essência. Numa data cheia de reflexões, promessas e porquês sobre o mundo, não precisamos relembrar o igual 2011 nem planejar o provavelmente igual 2012. Precisamos avaliar e planejar sim o nosso ser, o nosso interior que depende de atitudes, não de calendários, para evoluir.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quem será o Tiririca da política pedreirense?

Quando criei este blog, há distantes 4 dias atrás, estava disposto a não citar a política pedreirense, mesmo no "cabalístico" ano de 2012. Por dois motivos: 1 - tenho um certo asco da política local, suja e irritante; 2 - blog pra falar nisso não falta, pra que mais um?

Mas lembrei-me que há quase um ano atrás tomava posse na Câmara dos Deputados, em Brasília, o deputado federal mais votado do país, Tiririca. Hoje, Tirica ainda é motivo de polêmica: não faltou a uma sessão deliberativa sequer em 2011 e participou de 51 da 58 reuniões da comissão de educação e cultura da qual faz parte. Além da assiduidade, o parlamentar do PR-SP é defensor ferrenho de projetos de defesa e integração dos artistas circeses, classe da qual fez parte na infância e recentemente tem participado de um projeto para a popularização dos museus encabeçado pelo Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram).

Por outro lado, há quem ache que este tipo de trabalho para pequenas minorias não justifica 1,3 milhão de votos e que a presença do palhaço no congresso foi um ridículo voto de protesto de brasileiro.

Saindo do mérito da produção ou falta dela de Tiririca no legislativo, não se pode negar que o deputado que prometeu que "pior que estava não ficava" representou uma altenativa ao mesmismo da política. Em Pedreiras, sai eleição, entra eleição e, apesar de um ou outro rosto novo a cada novo pleito, temos aquela impressão que tudo é "mais do mesmo": a mesma estrada Pedreiras-Joselãndia, as mesmas ruas para asfaltar, as mesmas pontes pra contruir, a mesma saúde pra melhorar, e piriri e pororó...
Lembra do Felizberto? "E piriri, e pororó"

A política pedreirense precisa de uma mudança, mas não de rostos e sim de estilos, de mentalidades, de ideologias. Talvez o que precisamos é até mesmo de um Tiririca, porque as coisas por aqui, mais chatas do que já estão, dificilmente ficam...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Brasil já é a sexta economia do mundo e salário vai a R$ 3.240,62... Ou não.

Se existe um número usado a exaustão por qualquer governo desenvolvido e emergente e que engana direitinho a população, este número é o Produto Interno Bruto, o PIB. No último ano, o crescimento de 7,5% do PIB brasileiro no meio de uma crise econômica internacional foi comemorado por meio mundo de gente e definido pela presidente Dilma Roussef como "Pibão".

Hoje, o jornal inglês "The Guardian" divulgou que, com a retração econômica da Europa e aumento previsto entre 3 e 3,5% da economia brasileira, o país tupiniquim ultrapassou o Reino Unido tornando-se a sexta economia mundial. Já ouço os vivas do governo federal e a cara de "santa sacana" dos 17,5% da oposição.

Baseando-se nesta perspectiva de que ultrapassamos a economia do Reino Unido - que diga-se de passagem não é um país só e sim 4: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - o salário mínimo deveria ser no mínimo o mesmo do Reino Unido: R$ 3.240,62. Então porque a nobre presidente em seu pronunciamento de Natal anunciou um salário de R$ 622,00?



É aí meu caro (e quase inexistente, por enquanto) leitor que caímos na pegadinha do PIB. Este número reflete apenas a soma de todas as riqueza produzidas por um país, mesmo que esta riqueza não esteja na mão de todos os habitantes deste dito país. Para entender melhor como isso funciona vou explicar de uma forma que até o Chaves, que só entende exemplos com maçãs, entenderia:

Suponhamos que existam duas casas onde moram 5 pessoas em cada uma delas. Na cesta de frutas da casa n° 1 há 10 maçãs. Na cesta da casa n° 2 há 9 maçãs. Na casa n° 1 estas 10 maçãs são distribuidas assim: uma pessoa fica com 6 e as outras quatro, cada uma com uma maçã. Na casa n° 2 as 9 maças são distribuídas assim: 4 pessoas ficam com duas maçãs, enquanto a quinta pessoa fica com uma maçã. Baseado nisso a pergunta: em qual casa se vive melhor?

Trazendo para a realidade econômica, e lembrando, assim como nosso amigo da vila que isso é só um "supositório", digo, suposição, a casa n° 1 é o Brasil, que tem mais maçãs, porém, mal distribuída entre seus habitantes. A casa n° 2 é o Reino Unido, que tem menos maças, porém, bem distribuídas de forma que seus habitantes tenham mais ou menos a mesma qualidade de vida.

Ele está rindo à toa...
... Já eles, não.



















A melhoria da qualidade de vida no Brasil não está só no crescimento econômico. Está muito mais na distribuição de renda. Do que vale todo esse "pibão" se ainda vivemos em uma realidade de que 10% da população do país detém 75% da riqueza nacional?

Não nos enganemos com os números da economia. Eles pouco mudam algo na vida da maioria e mascaram a desgraça social do país.

P.S.: O CEO de Centro Economia, Pesquisa e Negócios da Grã-Bretânia, Douglas McWilliams, disse que "O Brasil tem bartido os países europeus no futebol há um bom tempo, mas na economia é algo novo". Como ele pode dizer uma coisa dessas depois disso?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Família é que nem banheiro: ninguém dá muito valor, mas na hora da dor de barriga todos correm pra ela.

Calma pessoal! Blogueiro iniciante é assim: todo dia tem postagem. Elas ficarão mais rarefeitas, acreditem!

Domingo de Natal e muitas famílias reunidas hoje para comer aquele almoço especial ou os restos da ceia de ontem. (Pausa para rezar por aqueles que nem no Natal tem essa oportunidade...).

Aqui em casa, reunimo-nos todos: mãe, pai, irmãos com seus respectivos cônjuges e filhos, namorada... E justamente por essa reunião que resolvi escrever este texto.

O mundo de hoje vive uma crise nas famílias. Não precisamos procurar, já que elas se jogam em nossa frente, casos de famílias com diversos problemas, desestruturadas e perdidas. A instituição em si não é mais valorizada. O casamento virou negócio (tem coisa mais ridícula que um contrato pré-nupcial?). Formas "estranhas" de família vem se desenvolvendo.
Não, essa não é a família perfeita!

Um olhar atento porém, é capaz de relacionar essa decadência da família com o aumento dos males no mundo. Quase todo assassino, estuprador, pedófilo, traficante, drogado, torcedor do vasco, etc, tem problemas familiares. Aquele que hoje está em um caminho de ódio, no crime, nem sempre escolheu essa situação. Começaram com um problema simples, depois a falta de apoio, a solidão, o desprezo em vez da acolhida, e aí já era.

Ultimamente uma história tem me chocado: uma mulher próxima a mim tem sido desprezada pelos seus parentes por ter engravidado fora do matrimônio. O escândalo existe, a decepção é natural, mas o desprezo... O que nós chamamos de crime, pode ser somente o único pilar encontrado por quem não é corajoso suficiente pra enfrentar o mundo nem covarde o bastante para por fim à própria vida.
A família perfeita não tem rosto, tamanho ou forma. Apenas gestos!

A busca da estereotipada paz mundial, talvez, não consista nos investimentos bilionários na segurança pública, no combate à marginalizaçao ou mesmo no importante pilar da educação. A volorização do lar, por mais simples e humilde que seja, talvez seja o grande "x" da questão. Ou não é paz o sentimento que essa música traz?

sábado, 24 de dezembro de 2011

Comprem aqui um ingresso para o parto de Cristo!

O título acima foi propositadamente (peço perdão a Deus por isso) provocativo. O que é o Natal hoje para o ser humano? Ceias, presentes, decorações... a lista é enorme.
Vou exemplificar a dimensão do Natal na vida das pessoas através de dois exemplos:
Não é esse o dono da festa!

1 - Sou expectador assíduo de telejornais. Acompanhar as notícias nos liga ao mundo, algo fundamental para qualquer um. Ontem, olhandos os noticiários, vi diversas reportagens sobre o natal. Todas com matérias como "Presentes em Nova York pela metade do preço", "Shoppings abertos a noite toda", "Serviço aéreo americano cria site para rastrear o trenó do Papai Noel", etc... Para não dizer que não ouvi uma vez sequer uma menção ao fato de ser a comemoração do nascimento de Jesus, uma reportagem sobre "Locais Turísticos" em Manaus mostrou uma peça sobre o nascimento do Cristo que é feita no centro da cidade.
Chamou-me a atenção uma frase do jornalista William Waack, que no Jornal da Globo disse: "Se a felicidade de um povo é medida através do consumo, o povo brasileiro está feliz neste natal.

2 - Consumo é exatamente o segundo exemplo. Aqui em Pedreiras, como em quase todo outro lugar, é visível a propaganda que se faz em torno do Natal, todas elas de cunho consumista. Vitrines iluminadas, vendedores apostos e uma multidão de gente que sequer lembra porque existe esta data. O dinheiro, a vaidade e o supérfluo enterrando a manjedoura do Menino Deus pra debaixo do tapete.
Imagem de uma vitrine qualquer em uma loja qualquer meramente ilustrativa

Não estou dizendo que é ruim ou errado trocar presentes e fazer ceias. Ao contrário. O momento de alegria e união é reforçado por estes hábitos. O problema é que colocamos isto como essencial.
Em nossa vivência cristã, vivemos na espera do retorno de Nosso Senhor. Este retorno em nada difere, teologicamente falando, de Sua primeira vinda, e esta primeira vinda é a garantia e esperança que temos no cumprimento de suas promessas. Hoje, nos vemos como os hebreus que outrora esperavam o Salvador. Por isto a importância de celebrar esta data, mesmo não sabendo extamente qual é a verdadeira data do nascimento de Jesus.
(Ainda acha que 25 de dezembro é a data do nascimento de Jesus? Dá uma olhadinha aqui e entenda porque celebramos nesta data mesmo sem saber ao certo qual a data certa.)

O Natal é, acima de tudo, a festa da simplicidade.
Bem diferente da vitrine lá em cima, hein?

Enfim, façamos nossas festas, comamos nossos perus, mas lembremos do real "Espírito de Natal" e enchemo-nos da esperança surgida através da palavra do Messias: "Eis que estou convosco até o fim dos tempos".


Natum Videte Regem Angelorum
Venite Adoremus Dominum

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Como a saúde pública pode resolver seu problema? Simples: Morra e seja uma problema a menos!

Olá caros e, por ora, poucos (se existentes!) leitores.
Há muito tenho vontade de montar um blog para escrever sobre os mais diversos assuntos. Mantenho na rede o blog da Paróquia de São Benedito de Pedreiras, que embora seja de grande satisfação seu número de visitantes, é um blog de um assunto específico. Animado pelo 1° Encontro de Blogueiros de Pedreiras, resolvi finalmente montar este blog para saciar minha vontade de escrever, de dar minha opinião.

E meu primeiro texto é sobre uma triste realidade que não só vejo, mas como diabético, sinto: o descaso para com a saúde pública não só em Pedreiras, mas no Maranhão. Minhas difilculdades são as mesmas de vários diabéticos de nossa cidade (e eles são bem mais numerosos que pensamos), porém, infelizmente, minha sorte - ou bênção, como prefiro chamar - não é a mesma de tantos outros.

Descobri ser diabético tipo 1 - aquele que tem que tomar insulina diariamente - em maio de 2010. Tinha 21 anos apenas. Descobrir ter uma doença incurável e com complicações terríveis (vide amputação, problemas cardíacos, renais, etc...) tão jovem, foi como uma grande pedra jogada na minha cabeça: senti-me tonto, perdido, abatido, chorei... Fui amparado, porém, pela informação: com tratamento e controle é possível viver uma vida normal, SEM complicações.

Aplicando insulina: não é tão horrível quanto parece...
Aplicar insulina pela primeira vez é uma experiência interessante: na cabeça de quem vê, aquele "pobre coitado" está se martirizando, empurrando aquela "terrível ponta de ferro entranhas adentro". Eu também pensava assim. Recorri a todos os métodos "caseiros" possíveis pra escapar da insulina: tomei chás, fiz dieta, tomava suco de cebola em jejum (arghh!), mas a glicemia não baixava, ficava beirando os 300 ou 400 - o normal é até 99mg/dl em jejum. Naquela manhã de 1° de julho de 2010 (olha o tempo entre o diagnóstico e a primeira insulina, que absurdo de minha parte! rs) "chutei o pau da barraca" e resolvi aplicar o tal do hormônio vital. E eis que.... NÃO DOEU. Aquela foi a primeira de mais de milhares que já apliquei. Não é sempre que não dói, mas quando dói, é uma picada insignificante, não dá nem pra dizer "ai!". A partir daí foi só ser fiel aos horários e doses. Em menos de uma semana meus níveis glicêmicos estavam normais e, graças a Deus, assim eles permanecem até hoje.

O controle é possível e sou testemunha viva de como a qualidade de vida do diabético em nada muda. Porém, o que poderia ser só uma chatice na vida acaba se trasformando em um sério problema quando nos deparamos com a manutenção do tratamento. Tudo é muito caro: insulina, seringas, tiras reagente (ou como chamamos, as "fitinhas") necessárias para medir a glicemia - algo que o diabético deve sempre fazer, e outros insumos que são incluídos nesse pacote. Pra se ter uma ideia (sem acento, segundo o novo acordo ortográfico, rs) um vidrinho com 10ml de insulina NPH (a mais barata, e de controle menos complexo) custa em média R$ 50,00; uma seringa para aplicação da insulina (ela não entra por osmose, como já esclarecido) custa R$ 2,50 em Pedreiras ou R$ 1,40 em Teresina. Diante destes preços, o diabético encontra alívio e conforto na Lei Federal 11.347 que garante a gratuidade dos insumos necessários ao tratamento e à medição dos níveis glicêmicos em pessoas com diabetes, sejam elas do tipo 1, tipo 2 ou gestacional.

Como, graças ao bom Deus que prefere os pobres, não tenho nada nos bolsos, fui atrás desses direitos e o que encontrei?

Constatemente vemos na TV e nos jornais denúncias sobre o descaso na saúde pública e etc e tal e tal e etc... Nunca, porém, imaginamos que um dia nós mesmos seríamos vítimas desse descaso.

O endocrinologista que consultei (e que tive que pagar R$ 150,00 por uma consulta em Teresina, pois não consegui consulta com um endocrinologista do SUS no Maranhão e os do Piauí não consultam maranhenses) me indicou tratamento com dois tipos de insulina, Regular e Lantus. Ao procurar a saúde pública da minha (nem tão, neste caso) querida Pedreiras, soube que aqui só se disponibiliza um tipo de insulina: a NPH. Diante do descaso, o endocrinologista me passou um "tratamento alternativo" o qual deveria o usar "o que tinha". Graças a Deus (sempre O agradeço!) esse "quebra-galho" tem dado certo até agora.

A Secretaria de Saúde de Pedreiras, essa que mal dá a insulina, também disponibiliza algumas seringas. Sobre estas seringas, vejamos: elas são descartáveis, ou seja, usa e joga fora. Quando vou buscar insulina, e eles me dão o suficiente pra dois meses, se eu pedir (enfoque no "SE"), eles me fornecem um número variável de seringas: entre 12 a 15. Isso mesmo, teria que reutilizar várias vezes a seringa descartável para poder aplicar a insulina "quebra-galho", sem falar que as seringas fornecidas são enormes, daquelas que assustam pelo tamanho da agulha, mais um erro, pois o tamanho da agulha deve ser propocional ao Índice de Massa Corpórea do paciente.

À esquerda, a seringa disponibilizada (em quantidade limitada) pela prfeitura de Pedreiras. À diretira, a seringa recomendada à minha massa corpórea.


Alí, aos trancos e barrancos então, posso aplicar minha insulinazinha... E o controle? Ah, o controle...

O glicosímetro e o bichinho virtual. Tá, não são tãããão parecidos....
A secretaria não dispõe de glicosímetros (os aparelhos de medição, parecidos com aqueles bichinhos virtuais de antigamente, lembra?), muito menos das fitas que servem para recolher o sangue e pôr no glicosímetro (e cuja caixa custa R$ 159,90, preço de anúncio no facebook). Ao invés disso, dispõe de uma exame de sangue: você marca a hora do exame, faz a coleta de sangue, e dalí a 10 dias (segundo umas das "simpáticas" funcionárias de um famoso posto de saúde que fica ao lado da rodoviária) você recebe o resultado. Só isso: 10 DIAS! Quem é do "ramo" sabe que os índices glicêmicos se alteram constatemente: o índice de agora não é o mesmo de 10 minutos atrás. Imagine o de 10 dias atrás!!! Que controle pode ser feito com isso?

O secretário de Saúde (que dizem, inclusive, ser pré-candidato a prefeito de Pedreiras) então deu a solução: procure na Secretaria de Estado da Saúde! Pensei: "Tô feito, tia Roseana Sarney cuida bem da saúde do Maranhão" (isso foi ironia pessoal, não vão pensar que defendo Sarney), e fui eu rumo à capital, à "Atenas Maranhense"... Chegando lá, todo serelepe, levo mais um não na cara: "Isso não é nossa responsabilidade, isso é responsabilidade da prefeitura", disse a "simpática" (vocês já notaram como o pessoal que trabalha na saúde costuma ser antipático e grosseiro?) senhora que me atendeu.

Imagem meramente ilustrativa

Me encontrei então nessa situação: fazendo um tratamento quebra-galho e sem condições de sequer saber se ele estava dando certo, de ter algum controle. Porém, lembra da sorte que eu disse ter?

Eis que em um lugar bastante improvável, o orkut (que Deus o tenha, pois foi assassinado pelo Facebook), conheci várias pessoas com a mesma doença que eu e também várias pessoas dispostas a ajudar pessoas como eu. Hoje, ainda faço o tratamento "quebra-galho" com insulina NPH dada pela prefeitura de Pedreiras (em um processo onde tenho que ouvir conselhos de uma enfermeira que atende como médica e que visivelmente entende menos de diabetes do que eu) e aplico esta insulina com seringas que me foram mandadas de São Paulo. Também acompanho minha glicemia através de fitas reagentes que uma grande amiga me manda de Paranavaí/PR. Estas pessoas não compram isso pra mim. Simplesmente recebem, COM SOBRA, nos postos de saúde de suas cidades.

Isso é o que mais revolta: não é um problema nacional, é um problema local, de incompetência na gestão dos recursos da saúde.

Se tudo isso é um problema de um diabético, imagina quantas outras pessoas com quantas outras doenças passam por estes mesmos problemas com a saúde de nossa cidade? E é coisa que não é de agora, então nada de uma oposição hipócrita vir dizer que a culpa é só da atual gestão...

Esse foi o meu primeiro texto, espero que apesar dos enormes e constantes apostos, acompanhem as opiniões - e como neste caso desabafo - deste blogueiro.

Abraços!