domingo, 29 de janeiro de 2012

Problemas de habitação e infraestrutura em Pedreiras

A gestão sobre os problemas urbanos do município de Pedreiras estão a cargo principalmente da Secretaria Municipal de Infraestrutura, cujo secretário municipal é o Sr. Elias Bento. Conforme o regimento que regulamenta as secretarias municipais, em seu artigo 32, esta secretaria tem, entre outras, as funções de:

I – executar atividades concernentes à construção e conservação de obras públicas municipais e instalações para prestação de serviços para comunidade;
II – executar atividades concernentes à elaboração de projetos de obras públicas municipais e instalações para prestação de serviços à comunidade;
III – Promover a construção, pavimentação e conservação das estradas e vias urbanas;
IV – promover a execução de trabalhos topográficos indispensáveis às obras e serviços a cargo da prefeitura;
V – manter atualizada a planta cadastral do município;
VI – fiscalizar o cumprimento das normas referentes a zoneamento e loteamento;
VII – promover a construção de parques, praças e jardins públicos, tendo em vista a estética urbana e a preservação do ambiente natural;
VIII – manter os serviços públicos locais, tais como limpeza pública, terras livres, iluminação pública e terminais rodoviários;
IX – promover a arborização dos logradouros públicos;

Assim como com as outras secretarias, o documento serve como base para a área de atuação da secretaria que tal como a de Meio Ambiente possui recursos limitados, tendo recebido em 2011 apenas R$ 353,50 de recursos federais  e tendo seus recursos municipais gastos principalmente em obras de pavimentação asfáltica e recuperação de vias.
A partir destas competências, foi realizada uma entrevista com o senhor secretário municipal de infraestrutura, onde constatou-se alguns pontos da realidade urbana pedreirense.

O Plano Diretor e as tentativas de organização espacial

Em se tratando de organização espacial, é comum pensar-se na utilização dos espaços externos do meio urbano como alternativa a planos de relocação urbana. Inquirido a respeito, porém, o secretário de infraestrutura, Elias Bento, afirma que há uma dificuldade de se controlar o crescimento desordenado da cidade, principalmente pelas bordas, porque todos os terrenos no entorno do município são de propriedade particular, sendo que a secretaria tem dificuldade de controlar todas as construções que periodicamente são feitas nesses terrenos. O trabalho da secretaria gira então na regulamentação e fiscalização das obras urbanas particulares, principalmente os loteamentos, característica marcante atual do crescimento pedreirense.

Justamente por estar rodeado por terrenos particulares, o problema de invasão de terras de terceiros tem se destacado na questão urbana pedreirense. A exemplo de bairros existentes hoje e que começaram por ocupações, tais invasões poderiam ser foco de novos problemas urbanos em sua constituição descontrolada. Na época da criação destes bairros não foram tomadas medidas para evitar o problema urbano-social existente hoje. Sobre esta questão, o secretário de infraestrutura afirma que o problema das invasões de terra vai além da responsabilidade municipal porque geralmente envolve a invasão de terras particulares.

Como dito anteriormente, o município não dispõe de terrenos próprios e os donos das terras entram com pedidos de reintegração de posses para retirar essas famílias. Outro fator importante é que geralmente esses grupos de invasores têm casas, o que faz com que sua ação não seja legitimada. Quanto à regulação de antigas invasões, esse trabalho depende da legitimação e de certos critérios que devem ser atendidos. Isto, porém há muito tempo não é feito na cidade e quando foi feito, há vários anos atrás, esses critérios como avaliações de risco ambiental, etc, não eram atendidos.

Hoje essas antigas invasões, que legitimadas, foram transformadas em bairros recebem obras de infraestrutura, apesar da ocupação totalmente desregular, para diminuir ao menos o impacto social. Cabe hoje à prefeitura vigiar para evitar novas invasões e dar assistência a donos de terras particulares invadidas.

Uma boa diretriz para a atuação da secretaria de infraestrutura seria o Plano Diretor do município. Porém, ao ser questionado, o secretário Elias Bento confirma o que constata-se ao ler-se o Plano Diretor do município ao dizer que o mesmo é altamente deficitário. Ele preenche apenas uma lacuna constitucional, copiando o Estatuto da Cidade. Isso deixa o município sem diretriz legislativa para atuar baseado em um plano diretor. Depende em parte do poder legislativo preencher esse vácuo, baseado em propostas apresentadas pelo poder executivo que são mandadas até lá.

Com a finalidade de entender o papel do poder legislativo na elaboração e implementação deste Plano Diretor, foi feita uma entrevista com o presidente da Câmara de Vereadores de Pedreiras, Otacílio Fernandes. Questionado sobre como a câmara tem trabalhado a questão do Plano Diretor, o presidente afirma que há alguns anos a Câmara discute o Plano Diretor do município, sendo o mês de Novembro o mês em que essas discussões são ampliadas. O objetivo é que o mais rápido possível possa-se ampliar o texto do Plano Diretor, fazendo com que de simples cópia do Estatuto das Cidades, seja instrumento concreto de diretriz urbana para Pedreiras.

A discussão em torno deste plano é dificultada por falta de iniciativa popular, a fim de que os moradores dos bairros possam dar luzes sobre a condução deste plano. A câmara já realizou três tentativas de mobilizar a sociedade civil a participarem das discussões sobre a elaboração do plano. Todas, porém, não lograram êxito.

Em relação ao papel do poder legislativo de fiscalizar e legislar sobre as ações públicas no campo da urbanização, Otacílio Fernandes destaca que justamente pela falta desse Plano Diretor formado, o poder legislativo não tem como cobrar e fiscalizar uma atuação do poder executivo, como seria o fundamental, e que a câmara depende da iniciativa do poder executivo para legislar em relação ao desenvolvimento urbano. O poder legislativo não tem autonomia para criar leis que causem qualquer ônus ao município sem a indicação da prefeitura. O que os vereadores podem fazer é formular documentos com indicações de ações e encaminhá-los às secretarias.

Se a falta de uma diretriz para a ação urbana já se constitui desafio, a sua execução não seria menos problemática. A maioria das situações só poderia ser resolvida com ações enérgicas, nem sempre vistas com bons olhos pela população. Sobre isso, o secretário Elias Bento afirma que a prefeitura tem dificuldades em formas impopulares de ações urbanas, tais como desapropriação e regulação de terrenos e estrutura (como no caso do mercado central, onde apesar do prédio construído os feirantes insistem em ficar no meio da rua), porque a população não faz o que o município pede, e sim o que lhe é mais conveniente.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Impactos ambientais no município de Pedreiras - parte 2

O problema do lixão municipal.
 
Desde muito tempo, a construção de um local propício ao depósito do lixo produzido pela cidade de Pedreiras constitui-se problema grave e até agora sem solução. Atualmente o lixo é depositado em áreas de morro, áreas a que conferem status de APP . O lixo não passa por qualquer seletividade, exceto no caso de lixo hospitalar, que é depositado em um local um pouco mais reservado, mas em área próxima ao restante.
A situação ainda se torna mais grave pois, além do problema ambiental, o lixão de Pedreiras apresenta-se como problema social: várias famílias moram no seu entorno e muitas fazem do trabalho de catação de lixo seu meio de sustento. Embora recentemente organizados em uma cooperativa, estes catadores pouco têm proteção em seu trabalho, sendo expostos a doenças devido à falta de uso de vestimentas que os protejam ou utensílios de trabalho que impeçam seu contato direto com os detritos.
A necessidade de solução para este problema também está em sua relação com o item anterior, já que o lixão fica próximo a áreas de pequenas nascentes que formam o igarapé São Francisco, tornando-se assim seu primeiro foco de poluição. Um laudo pericial  realizado pelo Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural do Ministério Público, assinados pelos Analistas Ambientais Luiz Alexandre Brenha Raposo e Letice Câmara França trouxe uma perspectiva da situação do lixão, localizado em área popularmente conhecida como “Morro da Balança”.
Segundo o laudo, o transporte de lixo para o local é feito através de nove caçambas (sete terceirizadas e duas de propriedade da Prefeitura Municipal) que sem nenhuma proteção que evite a poluição do ar ou a dispersão do lixo pelo caminho, descartam o lixo em uma área de aproximadamente 500m² na base dos morros. Este trabalho de coleta emprega cerca de cem trabalhadores entre varredores, coletores e motoristas. Após a junção de uma determinada quantidade de lixo, são sobrepostas camadas de terra, retirada das encostas do morro, na tentativa de amenizar o impacto ambiental e dificultar a lixiviação. O lixo então espalha-se inclusive para a margem da estrada que corta a região e serve como acesso a várias fazendas e povoados que circundam a cidade.

Veículo usado para coleta de lixo


Não existe qualquer forma de cercamento do local, o que dá acesso a pessoas e animais. Bandos de urubus e outras aves de rapina são atraídos pelo forte odor oriundo da decomposição do lixo orgânico, entre eles, carcaças de animais abatidos pelos açougues da região.
Ainda segundo o laudo do CAO/UMA, uma segunda área de despejo, mais antiga e de cerca de 250m² encontra-se cerca de 20 metros acima da primeira área de descarte e atualmente só é utilizada em períodos de emergência, como no período chuvoso, quando a água ameaça arrastar o entulho para a estrada.

A situação sanitária totalmente irregular provoca ainda uma enorme concentração de moscas, ratos e baratas e constitui-se foco de extremo perigo para a saúde da população que habita o bairro São Francisco que fica nas proximidades do local.
Diante das observações feitas pelos analistas, o Ministério Público recomendou as seguintes ações por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente:
- o isolamento da área onde funciona o lixão;
- a proibição do acesso de pessoas à área contaminada;
- a realização de biorremediação após a desativação do lixão;
- análises físico-químicas da água em poços artesianos localizados no lixão, no bairro São Francisco e no colégio CAIC, a fim de verificar-se o nível de contaminação do lençol freático naquela área;
- obtenção de nova área para a construção de um aterro sanitário obedecendo as normas que orientam sua implantação;
- imediata convocação de geradores de resíduos sólidos de saúde para que promovam o prévio tratamento dos resíduos de saúde em atendimento à resolução CONAMA n° 358/2005.
Montanha de lixo no Morro da Balança
A busca de soluções para o problema do lixo porém, já resultou em projetos não executados. Questionado a respeito, o secretário municipal de meio ambiente, Edilson Branco informa que em 2001, a prefeitura de Pedreiras recebeu R$ 300 mil para a construção de um aterro sanitário. O projeto, no entanto, foi mal planejado: a construção do aterro seria feita em cima do atual lixão, algo tecnicamente inviável. Apenas algumas obras foram feitas, o dinheiro foi gasto e a prefeitura não cumpriu o objetivo. Devido à não prestação de contas do projeto mal executado, o Ministério do Meio Ambiente entrou com processo junto à prefeitura, impedindo o repasse de novos recursos.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Impactos ambientais no município de Pedreiras - parte 1

Pessoas eu não morri, não fui abduzido por OVNIs, nem fui com a Luíza pro Canadá. Simpesmente estava em semana de apresentação de monografia. Que estresse! Mas já passou, eu já (modestamente falando) tirei meu 10 e me lembrei da existência deste humilde blog.

E nada melhor do que divulgar aqui uma parte (foram 114 folhas) do meu trabalho, hoje começando a falar sobre os impactos ambientais na zona urbana de Pedreiras. Pra quem tiver paciência, boa leitura.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SEMMA

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Pedreiras foi criada em 2009 com o intuito de amenizar e corrigir os problemas ambientais transcorrentes da urbanização de Pedreiras. Seu secretário, desde então, tem sido o Sr. Edilson Branco. Com o histórico de crescimento desordenado com os seus problemas ambientais, pode-se afirmar que a criação da secretaria veio tardiamente. Conforme o regimento que regulamenta as secretarias municipais, em seu artigo 34, podemos destacar alguma funções desta secretaria quanto às suas funções no meio  urbano:

I – executar a programação municipal voltada para a preservação do meio ambiente em integração com os demais setores governamentais;
II – fiscalizar as áreas verdes do município, ficando responsável pela sua manutenção e conservação;
III – propor a criação de conselhos para definir o patrimônio ambiental do município;
IV – possibilitar a participação do conselho em operações de fiscalização ambiental e nas reuniões destinadas à elaboração dos orçamentos-programas das secretarias;
V – assegurar que o Plano Diretor do município defina os limites de abastecimento de água e esgoto;
VI – propor a elaboração de Lei no sentido de obrigar a fiscalização nas redes de manilhas de rua, a fim de evitar que as águas reservadas das residências sejam jogadas nas redes pluviais;
VII – promover fórum municipal de Meio Ambiente e Preservação do Rio Mearim;
VIII – criar condições de parceria entre a sociedade civil e o Poder Público Municipal, a fim de levar a educação ambiental para todas as comunidades;
(...)
XVI – criar critérios e punições para o desmatamento em função de loteamento e até mesmo para o corte de árvores em estradas e residências;
(...)
XVIII – identificar e fiscalizar as áreas de proteção e preservação ambiental;
XIX – promover treinamento nas encostas e comunidades, quanto à limpeza das cisternas, cloração e filtração da água, a fim de garantir a qualidade da mesma.
XX – viabilizar o licenciamento e construção do aterro sanitário municipal;
XXI – elaborar o plano de limpeza, coleta, reciclagem e tratamento final de lixo;
XXII – estimular a implantação do regime de Coleta Seletiva para reciclagem do lixo doméstico e comercial;
(PEDREIRAS, 2011, não paginado)

A partir deste documento, a secretaria tem tentado montar uma estrutura que consiga fiscalizar e recuperar áreas afetadas pela urbanização. Conforme a entrevista feita com o secretário municipal de meio-mabiente acerca dos recursos da secretaria, nos últimos dois anos, o órgão tem captado recursos apenas através de multas aplicadas a quem é flagrado em depreciação do meio ambiente, já que não dispõe de fonte de recursos própria. Estas multas proporcionam hoje um saldo de R$ 45 mil na conta da secretaria. Com isso, o órgão adquiriu recentemente uma moto para ajudar na fiscalização, e tem como projeto a compra de uma lancha para patrulhar o uso das margens do Rio Mearim.

O problema dos esgotos e os recursos hídricos.

Segundo o IBGE, 83% da população pedreirense é urbana . O desenvolvimento desta população urbana aconteceu às margens do Rio Mearim e do chamado Igarapé São Francisco, importante fluxo d’água que corta a cidade. Este desenvolvimento trouxe grandes prejuízos ambientais paras as margens de ambos os cursos d’água que recebem todo o esgoto da cidade, já que a mesma não possui rede própria de esgoto.
Construções irregulares são feitas nessas margens que por lei deveriam ser áreas de preservação permanente , e a grande maioria depositam o esgoto diretamente na água. Sobre a ocupação das margens do rio e do igarapé, o secretário Edilson Branco apresentou um levantamento feito pela SEMMA em parceria com o Ministério Público, que mostrou que a quantidade de casas construídas nessas APP’s que não dispõem de fossas é altíssima, conforme quadros a seguir.


Residências construídas à margem do Rio Mearim e tipo de esgotamento utilizado.
Domicílios    115
Domicílios Ocupados    82
Domicílios Desocupados    33
Domicílios com Fossa Seca    01
Domicílios com Fossa Absorvente    31
% de Domicílios sem tratamento    72%
Secretaria Municipal de Meio Ambiente/ Ministério Público do MA-2011


Residências construídas à margem do Igarapé São Francisco e tipo de esgotamento utilizado.
Domicílios    614
Domicílios Ocupados    498
Domicílios Desocupados    116
Domicílios com Fossa Seca    01
Domicílios com Fossa Absorvente    104
Domicílios com Tanque Séptico    18
% de Domicílios sem tratamento    80%
Secretaria Municipal de Meio Ambiente/ Ministério Público do MA-2011

O derramamento desse esgoto tem provocado danos ambientais seríssimos, como a mortandade de peixes, a remoção da flora e fauna local e o consequente assoreamento do rio. Como veremos mais adiante, os problemas sanitários também estão presentes, principalmente entre a população que habita as ruas que margeiam o rio e o igarapé.
Ainda sobre os levantamentos que a secretaria dispõe a respeito da ocupação destas áreas, o secretário Edilson Branco apresentou um laudo  feito pela Promotoria de Justiça da comarca de Pedreiras, através da 2ª promotora de justiça, Dra. Lana Cristina Barros Pessoa, em que se constatou que além dos problemas citados também pode-se observar o acúmulo de detritos ao logo dos quintais das residências e a presença de vísceras de animais em matadouros. A grande poluição cresce à medida que o igarapé atravessa a cidade, intensificando-se nos bolsões de pobreza do bairro do Matadouro, onde fica o seu encontro com o Rio Mearim.
O laudo sugere então a proibição da construção de novas residências às margens dos cursos d’água, além da remoção dos resíduos encontrados dentro e em suas margens, a promoção de campanhas intensivas de educação ambiental e o incentivo para a construção de fossas sépticas nas residências ribeirinhas. Faz-se necessário também, diz o laudo, a regularização do esgoto da cidade e a construção de matadouro público municipal que respeite as normas sanitárias em vigor.
Questionada a respeito da construção de um sistema de esgotos na cidade, a secretaria afirma que o município não dispõe das verbas necessárias para uma obra dessa magnitude, cujo orçamento giraria em torno de R$ 30 milhões, o equivalente a quase todo o repasse de recursos para a prefeitura de Pedreiras no ano de 2011
A SEMMA denuncia também, que além dos problemas aos recursos hídricos causados pela urbanização de Pedreiras, também o município de Trizidela do Vale, cidade cornubada à Pedreiras, divididas geograficamente apenas pelo rio, também contribui para a poluição hídrica. O lixão do município vizinho fica próximo ao Rio Mearim e o chorume produzido pelos seus resíduos descem diretamente nas suas águas.

Questionado sobre formas de evitar que a ocupação irregular destas áreas continue, o secretário de meio ambiente esclarece que a secretaria tem tentado impedir obras de imóveis em áreas que devem ser preservadas ou recuperadas como o Igarapé São Francisco, que na verdade é um afluente do Rio Mearim ou no próprio Rio Mearim, além da vegetação no entorno. Isso passa por uma fiscalização a fim de identificar essas obras e a consequente multa e/ou embargo em caso de comprovação da degradação. O secretário observa, porém, que a prefeitura não tem poder para derrubar uma construção e obrigar o proprietário a pagar a multa ou parar as obras, apenas pode aplicar essas multas e/ou fazer o embargo e em caso de desrespeito levar à justiça.
Quantos às multas, o valor depende do dano ambiental causado, sendo que podem ir de um salário mínimo a milhares de reais. Este ano, já foram aplicadas 64 multas a empresas e pessoas físicas por infrações ambientais. A ação é voltada principalmente para novos focos de degradação, já que a secretaria é nova, começou a trabalhar em 2009, e os danos provindos do crescimento desordenado no passado são extremamente complexos e difíceis de corrigir.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Passar em concurso público não é impossível

Hakuna Matata, senhores leitores.

Ainda em clima de 2011, não posso deixar de dizer o quanto foi interessante este ano pra mim. Passei em 3 concursos públicos, tecnicamente 4. Com essa minha experiência nas temidas provas me acho qualificado pra dar algumas dicas pra quem quer fazer concursos futuramente, a começar pelo cobiçado INSS no próximo dia 12 de fevereiro.

Estudar é fundamental, mas não indicaria aquela coisa de estudar até se matar. Isso deixa a gente estressado, ansioso, com aquela sensação de "eu estudei e tenho obrigação de passar nesse concurso". Isso, na hora da prova, é certeza de branco. E o por vem depois: aquela sensação de que tudo que você estudou não serviu  pra nada e você ainda perdeu o dinheiro da inscrição.

O correto é estudar sem muita esganação: pega a apostila em um dia, lê algumas páginas, pega no outro dia e por aí vai... Assim sem muito compromisso. Quando você for fazer isso pela segunda vez, verá que se lembrará de um monte de coisa.

Essencial também é ficar bem informado. As provas de atualidades, informática e português (que envolve muita interpretação de texto) tem muita coisa que saem nos telejornais.

No dia da prova, concentração é fundamental. Acredito que deve ser engraçado pra quem vê a forma como faço a prova: eu tampo os dois ouvidos, até o barulho do ventilador me irrita. Leio com calma cada pergunta, a última coisa que penso é no tempo de prova. Leio, passando a ponta da caneta conforme vou ditando as palavras pra mim mesmo. Não tenha pressa! Se você não souber de cara a resposta, não desista. Muitas vezes a resposta da questão está no próprio enunciado.

Quando for passar de uma disciplina pra outra (matemática pra específica por exemplo), pare, respite, limpe sua cabeça da prova anterior, peça pra ir beber água mesma que não esteja com sede, e faça as questões seguintes como se tivesse começando a prova naquele momento.

A tão temida prova de matemática exige mais raciocínio do eu estudo propriamente dito. Sempre que eles pedirem um valor pra alguma coisa tranforme em "x", e aí tente montar a equação. PENSE. Isso alí vale um bom salário e estabilidade. Não caia naqueles truques que não levam a nada, tipo: das últimas alternativas nenhuma foi "C" então vou marcar esta como "C", ou vou marcar tudo "B", alguma vou ter que acertar. ¬¬

Não caia naquele pensamento de: "eu não vou fazer esse concurso, tem muita concorrência, etc, etc.". Meu fii, se você não fizer, nunca vai passar! Se tem 7 vagas (no concurso do INSS, por exemplo) alguém vai ter que preencher uma delas. E poderia ser você.

Não esqueça: todo mundo está na mesma situação que você, o controle do seu emocional, seu conhecimento prévio e sua capacidade de pensar é que vai ditar o resultado do concurso e não os trocentros reais gastos numa infinidade de cursos.

Boa sorte!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Não existem alunos burros, existem professores despreparados.

Olá leitores. Alguém poderia me dar um dinheirinho pelo dia de Santos Reis? Porque a coisa aqui tá apertada.

É uma vergonha pra mim estar com esse tanto de postagem já publicada e, sendo professor formado, ainda não ter falado sobre educação aqui. Unindo uma consciência da importância desta profissão a um certo corporativismo é difícil pra mim falar mal de professor, mas é aquilo: vou bater, mas depois passar a mão. Me entendam...

Hoje é cada vez mais difícil ser professor. Uma caminhada por uma escola revela o desafio que se tem pela frente: os jovens estão cada vez mais "aéreos", não se interessam pelos estudos, fazem do colégio uma zona de diversão e namoro e desrespeitam cada vez mais a figura do educador. Culpa de quem? Do professor!!!

Calma professores, não joguem pedras em mim!

Eu tinha até pouco tempo atrás uma visão de que o problema estava em vários outros fatores, principalmente da criação dos pais. E ainda acho que isso é um agravante. Mas pense bem: será que a educação em casa mudou tanto assim nos últimos tempos? Os pais estão tão mais irresponsáveis do que antes? Provavelmente não.
Eu no estágio fazendo pose pra tirar a foto do relatório

Aí chega a hora de chegar ao estágio e que realidade encontro? O problema está nos educadores também. Por culpa deles e por culpa do sistema educacional que temos hoje. Tudo é muito mecânico, muito sistematizado e embora o sistema seja fundamental para se manter a ordem, ele deve ser trabalhado junto com outras dimensões no ensino.
Ele pode ser um preguiçoso, fato, mas será que a culpa é só dele?

Vivemos atualmente em uma sociedade extramente diversa, dinâmica, com informações das mais variadas fontes e vindas pelos mais variados meios. A estaticidade do professor à frente da sala de aula é chata, massante, um verdadeiro purgante para quem tem que ficar horas e horas assintindo aulas.

Vou contar-lhes a experiência que tive em meu estágio em uma famosa escola de Pedreiras e quem tem um dos melhores ensinos da região.

Toda escola tem aquela "sala temida": os professores suam quando ouvem falar nela, o coração dispara, um frio sobe pela espinha só de pensar em encarar aqueles alunos, animais ferozes prontos a arracar sua carne e espalhá-la pelo corredor. Assim era o 1° Ano A (ou era B?) desta escola. Quando saí pela primeira vez rumo a esta cabalística classe ouvi um "boa sorte" de um professor que estava sentado comigo, do outro lado a pegunta de um outro professor: "Vai pro 1° ano A agora é? Xiiiiii". Confesso que pensei: "P%$a Mer%#@". Cheguei na sala e ela era o retrato do inferno: superlotada, com um monte de pestes, um barulho pior do que a quinta do real e eu lá com a nobre tarefa de ensinar geografia.

Depois de uns dois ou três gritos, consegui chamar a atenção daquelas criaturas flamejantes e fui ministrando minha aula. Que decepção! Saí dalí consternado, um ar de tristeza pelo que vi, um sorriso falso pra que não notassem o que eu tinha percebido: A CULPA ERA DO PROFESSOR.

Conheci uma turma ávida por aprender, crianças inteligentes, com grande potencial, mas que não são bem trabalhadas. Minha tristeza veio do fato de que estamos andando pelo caminho errado da educação. Estamos culpando as crianças e os jovens pelo problema do ensino, quando na verdade não temos professores preparados para ensinar. Se temos um aluno engraçadinho, usemos a gracinha dele pra ensinar. Se temos um aluno que gosta de falar demais, pois transformemos sua fala em conhecimento. Se temos aqueles assanhadinhos que só pensam no que está no meio de suas pernas, que tal transformamos isto em educação?
É difícil de acreditar, mas eles querem sim aprender...

Minha tristeza pela constação que tive só foi ultrapassada pela maravilhosa experiência que tive com a tal "sala do terror", e com as outras também. Fui mais dinâmico, criativo e simpático que pude, mesmo nas horas em que me dava vontade de arrebentar um pedaço de cana (a aula era sobre ciclos econômicos e eu levei um pedaço de cana) na cabeça de algum deles. Adorei a profissão e gostaria de ser professor, apesar da vida estar me levando para outros caminhos atualmente, mas são muitos os probelmas a serem enfrentados.

Um deles é o sistema, como disse mais acima. Nessa experiência, vi um professor que tinha projetos bacanas, que ao meu ver, seria garantia de crescimento no saber daqueles jovens. Mas o projeto não poderia ir adiante por não encaixava no programa da escola, e é aí que começo a passar a mão no tapa que dei nos professores: a educação brasileira atualmente tolhe o educador, não lhe dá liberdade pra ensinar, não lhe dá formação necessária pra isso, não capacita, não motiva profissionalmente e financeiramente. Apenas joga um bando de Parâmetros Curriculares que são belos no texto, mas vazios em suas ferramentas.
Acordando para se dar conta de seu papel e sendo valorizados pela sociedade esse ser tem a profissão mais louvável da terra.

Mas eu ainda acredito no professor. Ainda acho a mais bela das profissões. Porém, se não for realizado um trabalho de mudança de atitute, se não for lançado um novo olhar sobre os jovens, se não houver uma valorização do profissional, seja pelos governos, seja pelos próprios professores, vamos ficar eternamente no fracasso, colocando a culpa em uma corja de adolescentes que apesar de todo conhecimento que expressam ou de tudo de adulto que faz, facilmente se revelam apenas um bando de crianças que precisam de um bom professor.

Até a proxima!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Entenda essa coisa toda de inflação

Olá leitores! Que semana complicada pra mim. Entregar monografia, resolver problemas da formatura... Um caos. Mas arrumei um tempim pra postar no blog hoje.

Quaaase sempre eu baseio minhas postagens nas notícias que a gente vê por aí. Hoje vi uma bem interessante sobre um assunto que todo mundo escuta falar, mas pouca gente entende: a inflação. Pouco gente virgula (,) muita gente entende, mas são as pessoas da geração até no máximo 1970 que conviveu amargamente com ela.

Pro pessoal da nossa "estirpe" (nascidos nos anos 1980/90) eu resolvi fazer esse texto pra você entender um pouco mais do noticiário que (assim espero) você acompanha (até porque a chance disso cair em atualidades em um concurso é enorme).

Inflação é, basicamente, a subida dos preços das coisas. Se algo custava R$ 10,00 em um período e no outro período ela passou a custar R$ 11,00, isso quer dizer que ela sofreu uma inflação de 10% nesse período. O contrário da inflação, a queda nos preços, chama-se deflação (algo muito raro de se ver). Existem casos que a inflação fica tão descontrolada que ela passa a ser chamada de "hiperinflação".
Quem trabalhava eram essa bixinhas de por preço, todo dia tendo que remarcar os preços das coisas.

O Brasil viveu momentos de hiperinflação no fim dos anos 80 e início dos anos 90, coincidentemente ou não, durante os governos Sarney e Collor. Se hoje nós nos preocupamos com a inflação anual, nesse período o brasileiro puxava os cabelos com a inflação diária. Ela chegava a 4% ao dia, ou 1000% ao ano. Sabe o que é 1000%?

Digamos que você pague R$ 14,00 por aquela pizza na beira do rio. No dia seguinte ela já aumentaria pra R$ 14,56. Um ano depois ela já estaria custando R$ 154,00! Como diria um vendedor da polishop: "É ISSO MESMO, R$ 154,00 por uma pizza!!!". As pessoas recebiam seus salários e corriam pra gastar o dinheiro, já que no dia seguinte ele não valeria mais o que valia antes. Por isso, todo mês tinha aumento de salário, pras pessoas poderem comprar as coisas que subiam. Olhe a Carteira de Trabalho de alguém dessa época: os salários são reajustados todos mês e em um ano chegam a crescer na casa dos milhares. Claro, o aumento só acompanhava a subida dos preços, não era aumento real.
Chegou ao ponto de que as famílias dos homenageados não queriam seus rostos nas cédulas.

As consequencias disso também se refletiam na moeda. Tinha, por exemplo, uma cédula de 100 cruzeiros (Cr$). Como em pouco tempo, Cr$ 100,00 não valia nada, criava-se uma cédula de Cr$ 1.000,00. Mais um tempo, e a cédula de mil também não valia muita coisa, então passava-se à de Cr$ 10.000,00. Em pouco tempo tínhamos cédulas milionárias. O que fazer então? Cortava-se esse monte de zeros criava-se uma nova moeda. Logo esses caralhocentos mil cruzeiros viraram 10 cruzados (Cz$). Só que aí tudo recomeçava, o dinheiro perdia valor e lá vinham Cz$ 100,00, Cz$ 1.000,00, Cz$ 100.000,00... Corta zero de novo e outra moeda, o Cruzado Novo (NCz$). Ainda tivemos a volta do Cruzeiro e o Cruzeiro Real.

A coisa ficou tão maluca que cheou ao ponto de não dar tempo do Banco Central emitir novas cédulas e colocar em circulação. A solução: carimbar as cédulas velhas com os valores novos (o.O).
Cédulas de Cruzeiros, carimbadas como sendo Cruzeiro Real (que p*#@& é essa?)

Essa balbúrdia só terminou com o Plano Real, que além de criar o Realzin que temos até hoje, tomou uma série de medidas pra acabar com a inflação. De 4% ao dia no fim dos anos 80, o governo divulgou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é a média do aumento de preços de todos os seguimentos para toda a população medido pelo IBGE, apontou uma inflação de 6,5% em todo o ano de 2011.

Nesse vídeo olhem que ainda teve uma "paradinha" duma tal de URV pra embolar mais ainda o meio de campo do troca troca de moeda.

O Real já não vale tanto como em 1994 (eu comprava um cachorro quente e um refrigenrante KS por R$ 1,20, acredita?) já que a inflação tá aí todo ano, mas dá agora pra você ter uma ideia de porque ela é tão temida.

Abraços, e torçamos por inflações menores ainda....

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Bundas, bundas, aqui! Bundas!!!!

Olá pra você que (duvido muito) acessou o blog escrevendo o endereço, ou que veio do facebook, dos grupos do blogger ou que tava pesquisando sacanagem na internet e devido ao título veio parar aqui.

Só que...


Aliás, tem gente que deve ficar chocado com o título do meu post de hoje. Mas calma, pra tudo tem uma explicação, menos pra aquela chamada pra aquela sua amiga que sua namorada tem ciúmes.

Meus devaneiros de hoje vem de uma coversa que tive com dona Josiane Molossi, uma pessoinha lá de Paranavaí, no longíncuo estado do Paraná, que é apaixonada por língua estrangeira. Ela me apresentou ao Livemocha, uma rede social bem parecida com o Facebook onde você pode conhecer pessoas do exterior a fim de conhecer a língua (informação: língua neste texto sempre será sinônimo de idioma) desta pessoa enquanto, é claro, você ensina a sua. Além disso, tem uma série de exercício de leitura, escrita e interpretação.

Nessa conversa surgiu um assunto interessante: como o estrangeiro vê o Brasil lá fora?

Bem, somos a 6ª maior economia do mundo, como falei há uns posts atrás, temos enormes portenciais (pouco explorados) econômicos e ambientais, uma cultura rica, um povo trabalhador, etc, etc, etc... Mas não é assim que nos enxergam depois das fronteiras.

Infelizmente ainda somos estereotipados como homens do mato, que gostam de jogar futebol, somos preguiçosos, nossas mulheres são putas e dançam peladas pelo carnval que começa em janeiro e termina em novembro, adoramos beber cachaça e andamos nus pelas ruas.

Esse não foi o primeiro relato que já ouvi sobre isso. Lembrei-me de uma conversa anos atrás com uma ex-patroa que administrou uma locadora de veículo, o famoso Rent a Car, em Fortaleza/CE. Estrangeiros chegavam e, primeiro que tudo, jogavam-se em cima das mulheres e perguntavam onde eram as praias de protistutas.
A imagem lá de fora é que até a senhora sua progenitora anda assim pelas ruas.

O pior de tudo é ver que nós somos quem passamos essa imagem. Nossa mídia e até nosso governo promovem um Brasil extremamente fútil lá fora. A grande marca vendida das terras tupiniquins são das fantasias de carnval com bundas e peitos saltando à vista e as quais eles pensam ser as roupas que as mulheres brasileiras usam. Até quando vamos repassar essa imagem pra fora? Será que nosso turismo depende de nossa desmoralização?

Nossa cultura moderna está baseada na sensualização. Seja na música, na dança, na moda, até na alimentação, o legal é ser afrodisíaco.

Seria então nossa imagem reflexo de realidade? Não leitor, não é. É reflexo de nossa burrice!

Não é difícil perceber como lá fora é pior. Na Holanda, por exemplo, a prostituição é legal. Mulheres são vendidas em vitrines como mercadoria. Isso mesmo, bem pior que no bairro do Diogo, aqui em Pedreiras, onde pelo menos há famílias de bem. A Europa gosta tanto ou mais de futebol que a gente e não há gente mais boca suja que americano.
Prostitutas em vitrines na Holanda.

Alguém já assistiu um filme americano legendado informalmente? A quatidade de "foda-se", "vadia" e outros nomes impublicáveis por este blog de família é gigantesca, camuflados por nossos estúdios de dublagens e legendas por palavras mais brandas, como bobo ou vá se danar.
A cara do Brasil

Enfim, zelemos mais por nossa honra internacional, porque a cara do Brasil lá fora é o título desta postagem.

Depois deste post tão sensual, despeço-me. Até a próxima. :-)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Tudo demais é veneno, ou como diria o Seu Madruga: PRE-RI-GO!

Olá leitor que nao tem mais o que fazer e veio parar neste blog. É legal como parece que a inspiração brota do nada pra eu postar alguma coisa. Acordei hoje com uma frase na cabeça: "Tudo demais é veneno". Minha mãe sempre diz isso.
Nem todo veneno tem esse aviso de PRE-RI-GO!

Dando uma olhada pelas notícias do dia encontrei essa: o Google, o Facebook e a Amazon estão ameaçando parar em protesto caso uma lei americana antipirataria seja aprovada. A notícia somada a frase com a qual acordei hoje vão apontar a reflexão que quero fazer hoje com vocês: até onde o que é "bom" é bom mesmo?

Você sabe o que é superhidratação? Ou equilíbrio eletrólico? O primeiro é o excesso de consumo de água que por sua vez causa distúrbios no segundo que é o equilíbrio dos eletrólitos, fundamentais para a manutenção da homeostase do organismo que é a regulação de vários aspectos do corpo tais como temperatura e elementos químicos.
Ela é uma delícia mesmo sem ter gosto. Mas tome 30 litros dela pra você ver o que acontece...

Encerrando a aula de biologia, você já notou que o que relatei acima é um problema causado em quem bebe água de mais? ÁGUA! A fonte da vida, principal ingrediente do corpo humano. Em excesso ela pode até matar. E quantas outras coisas boas podem até, literal ou figurativamente falando, matar? Gostaria de citar duas polêmicas: a liberdade e a democracia.

Não falo mal de quem luta por estas duas coisas, principalmente se esta pessoa viveu os horrores da ditadura militar e de qualquer cerceamento da liberdade na história recente do Brasil, mas tudo tem que ter um contraponto. Até onde vamos chegar com a liberdade? Até que ponto a democracia é benéfica?

"A voz do povo é a voz de Deus". Frase corriqueira entre os democratas, a considero falsa. A voz de Deus é única e coerente. A voz do povo é volúvel é influenciável. A voz do povo de dois em dois anos coloca Sarneys no Senado, Collors no Congresso, Malufs na Câmara, Sarneys no Governo, e tantos outros "fulanos" nas prefeituras. Este é o revés da democracia: ela nunca é autêntica, pura. O povo não vota pelo bem da nação, vota pelo seu próprio bem que nem sempre é o bem de todos.
Isso aqui é fruto da "amada, idolatrada, salve, salve, democracia"

E a liberdade? Hoje temos liberdade pra tudo e por mais imoral que possa ser um ato, temos que respeitar a "liberdade" de todos. A TV pode exibir todo tipo de lixo e baixaria, perseguir e constranger quem for e ai de quem se atrever a reclamar que são logo acusados de atacar a "liberdade de expressão". Ninguém pode mais se escandalizar com as loucuras sexuais vistas por aí, são perseguidores do c* alheio, assassinos da "liberdade sexual". Um governo não pode criar uma lei que proteja aqueles que produzem arte e a vêem sendo explorada comercialmente por outrem, isso é censura, e logo os grandes propagadores da pirataria ameaçam boicotar a liberdade em nome da liberdade!
Isso é fruto da "liberdade sexual e de expressão"

Enquanto isso, vivemos na terra do "tudo pode", não temos mais um pingo de vergonha na cara, nos degradamos fisica, moral e socialmente e somos incapazes de fazer outra coisa, pois nunca criamos um meio termo entre a liberdade absoluta e a ditadura. Esse é o grande mal do ser humano: somos uma espécie de extremos, não aprendendo a lição com nosso próprio corpo, baseado no EQUILÍBRIO.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Os anos 90 estão de volta... Ow quem dera!

Oia eu furando mais um dia de posts aí... Falei que não ia ser diário! Virada do ano é assim: comemorações e dormidas se intercalam e o dia 1° de janeiro geralmente passa desapercebido. Mas vamos que vamos...

A última semana do ano é uma virada dupla pra mim. Além do ano, vira minha idade também, já que meu aniversário é no dia 29. Essa mudança, mesmo que seja só temporal, humana, desperta em mim um forte sentimento que em menor intensidade sempre me acompanha o restante do ano: a nostalgia.

Nostalgia é aquela saudade do passado, aquela sensação de que antes tudo era melhor. O nostálgico se apega às coisas que lembram esse passado: objetos, vídeos, músicas, pessoas... Talvez a principal diferença entre a saudade e a nostalgia é o fato de que quando nos aproximamos do objeto de nossa saudade ela acaba. Já a aproximação de algo que lembre fases anteriores da vida só aumenta o querer voltar.

A nostalgia porém pode ser apenas uma ilusão: a vida turbulenta, as dificuldades, as responsabilidades do dia a dia, o cansaço e o medo do futuro são coisas que fazem parecer que antes tudo era mais fácil, todos eram mais felizes. Porém, nem sempre isso é verdade. O passado realmente era feliz? Ou só temos a vontade de escapar da nossa atual realidade?

O youtube é um banquete pros nostálgicos: músicas e vídeos pra lembrar a infância de quem nasceu depois da criação do videotape. Nostalgico de carteirinha, durmo tarde navegando por estes videos. Olha só o que encontrei pra quem viveu a maravilhosa década de 1990:

TV Globo: Abertura da TV Colosso (1993): "Atención tê na horra de matarra fomê, tá na messs pessoal"

TV Cultura: Doug Funny (1996): "E Paty, você é minha maionese ow ow ow"


SBT: Disney Club (1997): "Cruj, cruj, cruj, tchau!"


TV Manchete: Kamen Rider Black RX (1995): "Heinshin!"

SBT: Fly, o pequeno guerreiro (1998): "Lutar contra as forças do mal"