quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pedreiras e o problema do atendimento: é de perder a fome!

Pedreiras não é uma cidade a se dizer: "Minha noooooossa, quantos programas para o fim-de-semana", mas algo que ninguém pode negar é: aqui o que não falta é lugar para comer. São várias as opções, do São Francisco ao Aeroporto em Trizidela do Vale, passando por diferentes tipos de prato, ou o mesmo preto feito de diferentes formas. A Praça do Jardim é a apoteose, tendo até os preços inflacionados devido à localização. A partir de sexta-feita, todos estão lotados e o referido point parece até praça de alimentação de shopping. Comida não falta.

Porém, algo não passa desapercebido nem ao cliente local nem aos forasteiros: o problema do atendimeto nesses lugares. É impressionante o despreparo e a falta de educação de garçons, funcionários e até mesmo dos donos desses estabelecimentos. Os transtornos são os mais diversos e vão desde uma demora no pedido até uma "expulsão" do estabelecimento (quem nunca se incomodou com a aquele funcionário parado ao lado de uma pilha de mesas quase te expulsando com os olhos pra poder fechar!). Perceber que o cliente "bem vestido", com "cara de doutor", é atendido mais simpatica e rapidamente também é beeeeeeeeem comum. A repetição por uma hora do diálogo "Garçon, por favor?!" seguido de "Só um minutim" é até cultural. Com tanta concorrência, pelo menos sempre a opção de mudar.
Alguns garçons de Pedreiras nos atendem com o punho fechado. Não exatamente como da imagem acima.

Sei que muitos dos que trabalham nesses locais o fazem por falta de opção, porque é difícil acreditar que alguém goste de ir à labuta em fins-de-semana, à noite, ganhando pouco e atendendo clientes muitas (a maioria) das vezes chatos, mas nada justifica certas situações e é dever dos comerciantes policiar e se policiar quanto a isso.

Para ilustrar contarei alguns causos pessoais e que me levaram a prometer não voltar a certos lugares ou evitá-los ao máximo.

- PIZZARIA BEIRA-RIO (Rua do Tamarindo, Centro, Trizidela do Vale)

A Pizzaria Beira-Rio foi uma espécie de fenômeno: a pizza, feita em forno à lenha, logo chamou atenção pelo preço, sabor e a localização não habitual. O rápido crescimento porém foi proporcional ao declinio da qualidade: a pizza logo passou a ter mais borda que recheio e o atendimento despencou. A pizza passou a, em alguns casos, demorar duas horas pra chegar e em certa oportunidade a garçonete explicou que o motivo seria o "estresse do pizzaiolo" (sic). Em outra oportunidade só fui atendido porque, sentado à mesa, tive que ligar para o telefone do local e fazer o pedido (e deu muito certo). Por fim, como se o atendimento fosse impecável e exemplar, o local passou a imbutir (apesar de ser contra a lei) no preço gorjeta para o garçon.

- RESTAURANTE PONTO X (Praça do Jardim, Centro, Pedreiras)

Confesso que evitava comer no Ponto X devido à fama dos seus preços. O melhor emprego porém levou-me a frequentar o local que à pouco tempo ficou entre os finalistas do prêmio "O melhor PF do Brasil". Porém, duas situações me fizeram ver que ter o dinheiro para pagar a conta não é suficiente para lá ser bem atendido: é preciso também "parecer" ter dinheiro. Isso ficou claro em duas situações: na primeira, por volta de 22h30, já sentado à mesa, fui grosseiramente chamado à me retirar, pois segunda a ansiosa garçonete o local "já havia encerrado" e "num tinha mar nada". Bem, "mar nada" pros pobres mortais, porque os "filhos de secretários" e advogados continuavam a chegar e serem atendidos. Em outra situação, após esperar por uma hora e trinta minutos por alguns sushis resolvi me retirar diante de uma garçon irônico que chegou a apontar a mesa do cliente "de carrão" que chegou depois e ficou o "shushi de vocês" (sic iterum). Será que se ele soubesse onde as pessoas de nosso grupo trabalha ele teria feito isso? Huumm, acho que não!
O carinha da logomarca é único simpático a atender.

- LANCHONETE BIG GUTI (Não existe mais)

Durou pouco a carreira da Lanchonete Big Guti, que por alguns meses funcionou na praça do Jardim. Vou confessar: apesar de sempre dizer o contrário, a comida de lá não era "essas coisa!". Porém, gostava de lá frequentar devido à dona do local, uma mulher extremamente simpática e educada. É daqueles casos que o atendimento compensa e muito o produto. O espírito bom do local não fazia eu me incomodar com nada, nem com uma Coca vencida que me foi servida, nem com a sempre falta de troco do estabelecimento. O sorriso daquela mulher bastava: é lá que eu gostava de comer! Pouco durou o encanto. Logo uma garçonete foi contratada e ela era o oposto da dona do local. Resultado: bye bye Big Guti. Nem sei porque a lanchonete chegou a fechar.

As excessões existem: o Restaurante Scapp, na Rua Jeremias Caldeiras, ou a Pizzaria Margherita, na Av. Abílio Monteiro são lugares com atendimento agradável que compensa mesmo quando a comida não tá tão boa. Outros lugares bons devem existir aqui ou alí também, mas são um universo muito pequeno diantes da variedade desse mercado da alimentação. Enquanto puder irei ficar pulando de um em um até já ter prometido não ir mais em todos. Quem sabe eu não crie vergonha na cara e aprenda a assar minha própria carne ou fazer minha própria pizza.