quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Viagem rodoviária: uma grande dor de cabeça!

Quem não pode viajar de avião, não tem esta opção em seu trecho de deslocamento ou simplesmente não possui carro próprio para fazê-lo tem que se conformar com um meio de transporte extremamente desconfortável no Maranhão, principalmente se você não mora em uma cidade à beira de uma rodovia federal: o sistema rodoviário.

As cidades em MA's não são assistidas pelas grandes empresas de ônibus, tendo que apelar ao sistema de vans e micro-ônibus. Sem fiscalização, pelo menos não conhecida pela população, este sistema funciona de forma irregular com carros por vezes velhos e que quebram a toda hora, superlotação de passageiros e nenhuma segurança.

Além destes, há as rodiviárias sem estrutura, com banheiros nojentos (e cujo uso constatemente nos custo bons R$ 0,50) e lanchonetes com aquela comidinha de te deixar horas no banheiro.

Vou pegar como exemplo uma viagem de Pedreiras pra São Luís.
Viajar em um carro da madrugada é o primeiro desafio. A única empresa que oferece carros a esta hora é a pedreirense Transrapizodio. Ou pelo menos parece que é. Apesar da empresa informar os carros, eles geralmente aparecem com o nome de outras empresas. Não sei se são carros comprados de outras empresas ou se elas formam uma espécie de parceria. Ao chegar na rodoviária nos deparamos com o senhor da foto abaixo vendendo passagens em nome destas empresas.
O vovô das passagens. Saca só a bermudinha....
A rodoviária de Pedreiras é uma coisa horrível. À noite, vira ponto de encontro de bêbados e drogados atrás de uma panelada, misturados a moradores de ruas e andarilhos que escolhem o lugar pra dormir. Essas pessoas se juntam a passageiros que esperam por carros que NUNCA chegam na hora. Isso, enquanto se assiste à tv colocada no local, que na madrugada fica sintonizada na "interessante" programação coruja (comerciais e pastores).

Rodviária de Pedreiras: Higiene e bom serviço! ¬¬
Depois de um atraso de 2 horas, eis que chega um carro para São Lúis. O trajeto até a capital é longo, já que o carro para a toda hora, em todo canto da estrada pra pegar mais passageiros. Enquanto os bancos se lotam, mais e mais pessoas em pé seguem em rotas longas ou curtas. O aperto aumenta o calor e a viagem se alonga em cada parada.

Uma destas paradas obrigatoriamente é na cidade de Miranda do Norte. A rodoviária, não menos limpa e organizada que a de Pedreiras, possui uma única lanchonete, que além de vender aquele lanche "diarréico", ainda aproveita de sua exclusividade para inflacionar os preços.

Não, você não está num shopping, os preços são de uma lanchonete de beira de estrada
Depois de 5 horas de puro conforto, chegamos à mais ou menos arrumada rodoviária da capital. A tristeza bate ao lembrarmos do caminho de volta, que pode ser bem pior.

Voltar de São Luís é pior do que ir em alguns aspectos. Um deles é que o carro já sai lotado de lá. Um ponto a favor é que os horários são melhores organizados na saída de lá. Na espera da saída, um problema: uma pessoa entra e começa a distribuir um apelo por um pai que está muito doente na cama. O problema desses casos é a desconfiança que colhi ao reconhecer muitos golpes nestes casos: cheguei a ver uma pessoa usar uma conhecida foto que roda o Facebook (daquelas que ao compartilhar doamos (sic) 5 centavos) alegando ser sua filha.

É difícil acreditar diante de tantos golpes
Como se o 'conforto' e a 'eficiência' já não fossem suficientes, sair de São Luís significa passar pelo insalubre trecho do Campo de Perizes. Lá demos de cara com um acidente que nos deixou parado na estrada durante 2 horas. Acidente são comuns neste trecho da BR 135. A imprudência dos motoristas, além de tirarem a vida de dezenas de pessoas todos os anos, ainda representam um grande transtorno nesta que é a única ligação da capital ao interior.

Cena comum em Perizes
 Depois de 7 HORAS E MEIA DE VIAGEM, voltamos à Pedreiras esperando não ter que fazer tão cedo uma viagem novamente. Viva o turismo!!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Promessas...

Pra quem é eleitor em Pedreiras tá difícil escolher um candidato baseados em suas propostas. Isto por que até agora não houve uma só oportunidade para um debate de propostas. É foguete pra cá, carreata por lá, cartas enigmaticas aqui, carro de som alí e objetividade que é bom: nada!

Como diria um amigo meu, "indo de revestrés" na campanha eleitoral, fui eu atrás de saber o que Simplício, Totonho e Walber tem a oferecer caso eleitos. As propostas estão disponíveis no Divulga Candidato do TSE e podem ser acessadas por qualquer um.

A PROPOSTA:
Quanto ao formato das propostas dá pra destacar algumas características dos textos:
- Totonho parece tê-lo feito por mera burocracia. A proposta tem pura e simples UMA PÁGINA. Tudo muito por cima, nada explicado.
- Walber, após uma aula de geografia no início, com um monte de dados sobre a cidade dá uma ideia de continuidade do governo Lenoilson, reflexo da finada aliança, e assim como seus concorrentes também é muito pouco claro em suas propostas.
- Simplício faz questão de demonstrar seus contatos em Brasília e dos três candidatos é o que mais abre a torneira de promessas.

AS PROMESSAS:
Queria eu viver na Pedreiras prometida por nossos candidatos e tomara que eles cumpram 50% do que está lá. Mas tem algumas coisas que é difícil de engolir e gostaria muito que os candidatos gastassem menos dinheiro com gasolina e mais com o esclarecimento desses pontos:
- Todos os candidatos prometem escola em tempo integral, sendo que Walber cita até qual será ela: Janoca Maciel. Na minha fraca formação em licenciatura (os erros deste texto que o digam) vejo o desafio e a complexidade que seria montar uma escola assim: estrutura, pessoal, dinheiro, currículo... Taí que eu queria ver o que os três tem em mente para pôr isso pra funcionar!
- Outro ponto em comum no "promessômetro" é a construção de diversas estruturas pela cidade. Entre outras coisas, complexos esportivos são os mais citados, Simplício promete um parque de vaquejadas, Walber promete um parque industrial e Totonho promete "bairros populares" (sic).
Como já havia dito nesse artigo, o município não dispõe de terrenos. Praticamente toda a terra pedreirense é particular. Gostaria de saber onde estas obras "faraônicas" seriam construídas...
- Em comum, também, encontram-se as promessas de reorganizar o trânsito. Como esse "milagre da organização urbana" seria feito, porém, ninguém fala.

Além destes gostaria de saber do sr. Totonho:
- O que pretende fazer com os desempregados da CAEMA no caso da criação de um SAAE?
- Como a prefeitura subdisiaria crédito para agricultores?

E do sr. Walber:
- Como seria esse sistema de trasporte urbano de Pedreiras?
- Como o projeto "Água Viva" funcionaria junto aos outros municípios banhados pelo Rio Mearim?

E do sr. Simplício:
- Como seria feita a "Drenagem Profunda" do rio pra evitar as enchentes?
- De onde viriam os notebooks que a prefeitura doaria a todos os professores e alunos do Ensino Fundamental maior?

E a questão mais importante: De onde os senhores candidatos tirariam dinheiro pra TANTAS e TAMANHAS obras e projetos na cidade?

Tantos outros pontos destes documentos poderiam aqui ser discutidos, mas tenho uma ideia melhor: entre propagandas e businas, bem que uma sabatina ou um debate entre os três seria um bela oportunidade para o eleitor... Tá lançado o convite!

sábado, 8 de setembro de 2012

São Luis 400 anos: mais a lamentar do que a comemorar.

Nos 400 anos da capital do meu estado só consigo ficar triste por ela. Sei que talvez seja apenas minha tendência a ver o lado ruim das coisas. São Luis é naturalmente bela e historicamente interessante mas é extremamente mal cuidada. No centro histórico, seu grande cartão postal, devemos procurar andar no meio da rua, porque é um perigoso que um pedaço daqueles casarões venha a cair em nossa cabeça. Lá existem 3500 deles, mas poucos são bem conservados. Quando passei por lá na última segunda (3), lembro de ter visto uma placa de "vende-se" em um deles e pensei: quem vai querer comprar aquilo, se não puder derrubar pra aproveitar ao menos o terreno?


Outra coisa de entristecer o ludovicense é a situação das praias. Não são raras as notícias sobre a péssíma qualidade das águas. Esgotos a céu aberto que passam pelo meio da cidade deixando-a com um cheiro muito desagradável e que são lançados no mar. É tanto esgoto que até as areias devem ser evitadas.

E ainda temos os problemas urbanos enfrentados por muitas capitais, mas intesificados em São Luis: o trânsito caótico, a sujeira das ruas, uma cidade que tem vocação pra se pichar, saúde horrível, inseguraça pública... E nosso principal cartão de visitas é o aeroporto mal cuidado que mesmo após um looooooonga reforma tem aparência sucateada.

Pelo menos hoje teremos Roberto Carlos ao vivo e de graça, na Lagoa da Jansen, aquela do cheiro horrível no fim da tarde...

Tomara que o rei traga uma máscara....