Todos
os anos moradores dos bairros pedreirenses Matadouro, Boiada, Diogo e Seringal,
que margeiam o Rio Mearim e a região do Igarapé São Francisco próximo ao seu
encontro com o rio, enfrentam os transtornos da enchente. Como diagnosticado
anteriormente, este período, que geralmente vai de Janeiro a Abril, variando
conforme a intensidade do período chuvoso, traz grandes prejuízos econômicos e
sociais que ficam marcados na casa dos moradores..
Em entrevista, o secretário de Administração
Pública, Batistinha, diz que pouco pode ser feito em relação aos problemas
nesses locais, já que não há como reverter um processo histórico de ocupação e
nem como conter as águas do rio. Ainda segundo o secretário, A medida paliativa
que poderia ser tomada giraria em torno da concessão de moradia para os
habitantes de áreas alagáveis.
Marca da água em parede de casa no bairro do Matadouro |
Esta concessão, porém, só pode ser executada com
recursos federais do Ministério da Integração Nacional, já que o orçamento do
município não tem espaço para estas despesas, uma vez que, além da construção
de casas, teriam também que serem adquiridos os terrenos, pois o município não
possui terras, sendo o entorno da cidade todo particular. Quanto à tendência sobre
pra onde esta população seria levada, o município cresceria principalmente nas
direções do bairro São Benedito e da rodovia que liga Pedreiras a Joselândia. Por
enquanto, a prefeitura apenas realiza trabalhos de remediação do problema,
deslocando as famílias para abrigos e reformando casas e ruas após o período
das enchentes.
Não só as enchentes, como também as casas
localizadas em áreas de encostas tomam a atenção da Defesa Civil, órgão encarregado
de prevenir e atuar em casos de tragédias. Em Pedreiras, a Defesa Civil age
através do CONDEC, Conselho Municipal de Defesa Civil: um conselho
deliberativo, criado em 2011, formado por secretários do governo municipal,
membros de ONGs, colégios, associações e outras organizações civis com o
objetivo de monitorar e agir em casos de desastres naturais ou antrópicos em
território pedreirense. O conselho é uma ponte com o Sistema Nacional de Defesa
Civil.
Panorâmica mostra muiro de contensão sendo feito para proteger casas de deslizamentos na Trav. Frederico Bulhão, no Goiabal |
Segundo
o coordenador do CONDEC em Pedreiras, o senhor José Martins, entre as
competências do conselho está a de formular relatórios para a prefeitura sobre
áreas de risco, embargar construções em áreas de risco e elaborar relatórios
para o Sistema Nacional de Defesa Civil a fim de conseguir recursos para
recuperação de casas, pontes e estradas em caso de desastre. Sua atuação em
Pedreiras se dá através da criação de NUDECS, Núcleos Comunitários de Defesa
Civil, grupos organizados nas comunidades onde há áreas de risco,
principalmente devido a enchentes, que monitoram a região em períodos de
alerta, além de organizarem locais de abrigo, caso necessário. Estes núcleos
são formados por moradores destas áreas que recebem orientação através de
palestras.
Com tábuas, moradores tentam conter deslizamento do morro no Alto Pão de Açúcar |
Ainda
não há um levantamento detalhado sobre todas as áreas de risco em Pedreiras.
Este trabalho está sendo feito atualmente. Mas além dos locais que alagam no
período da enchente o coordenador destaca os riscos de deslizamento e
afundamento nos morros da Trav. Frederico Bulhão e no Alto Pão de
Açúcar
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