terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Áreas de risco em Pedreiras


Todos os anos moradores dos bairros pedreirenses Matadouro, Boiada, Diogo e Seringal, que margeiam o Rio Mearim e a região do Igarapé São Francisco próximo ao seu encontro com o rio, enfrentam os transtornos da enchente. Como diagnosticado anteriormente, este período, que geralmente vai de Janeiro a Abril, variando conforme a intensidade do período chuvoso, traz grandes prejuízos econômicos e sociais que ficam marcados na casa dos moradores..
                  Em entrevista, o secretário de Administração Pública, Batistinha, diz que pouco pode ser feito em relação aos problemas nesses locais, já que não há como reverter um processo histórico de ocupação e nem como conter as águas do rio. Ainda segundo o secretário, A medida paliativa que poderia ser tomada giraria em torno da concessão de moradia para os habitantes de áreas alagáveis.
Marca da água em parede de casa no bairro do Matadouro
Esta concessão, porém, só pode ser executada com recursos federais do Ministério da Integração Nacional, já que o orçamento do município não tem espaço para estas despesas, uma vez que, além da construção de casas, teriam também que serem adquiridos os terrenos, pois o município não possui terras, sendo o entorno da cidade todo particular. Quanto à tendência sobre pra onde esta população seria levada, o município cresceria principalmente nas direções do bairro São Benedito e da rodovia que liga Pedreiras a Joselândia. Por enquanto, a prefeitura apenas realiza trabalhos de remediação do problema, deslocando as famílias para abrigos e reformando casas e ruas após o período das enchentes.
Não só as enchentes, como também as casas localizadas em áreas de encostas tomam a atenção da Defesa Civil, órgão encarregado de prevenir e atuar em casos de tragédias. Em Pedreiras, a Defesa Civil age através do CONDEC, Conselho Municipal de Defesa Civil: um conselho deliberativo, criado em 2011, formado por secretários do governo municipal, membros de ONGs, colégios, associações e outras organizações civis com o objetivo de monitorar e agir em casos de desastres naturais ou antrópicos em território pedreirense. O conselho é uma ponte com o Sistema Nacional de Defesa Civil.
Panorâmica mostra muiro de contensão sendo feito para proteger casas de deslizamentos na Trav. Frederico Bulhão, no Goiabal
Segundo o coordenador do CONDEC em Pedreiras, o senhor José Martins, entre as competências do conselho está a de formular relatórios para a prefeitura sobre áreas de risco, embargar construções em áreas de risco e elaborar relatórios para o Sistema Nacional de Defesa Civil a fim de conseguir recursos para recuperação de casas, pontes e estradas em caso de desastre. Sua atuação em Pedreiras se dá através da criação de NUDECS, Núcleos Comunitários de Defesa Civil, grupos organizados nas comunidades onde há áreas de risco, principalmente devido a enchentes, que monitoram a região em períodos de alerta, além de organizarem locais de abrigo, caso necessário. Estes núcleos são formados por moradores destas áreas que recebem orientação através de palestras.
Com tábuas, moradores tentam conter deslizamento do morro no Alto Pão de Açúcar
Ainda não há um levantamento detalhado sobre todas as áreas de risco em Pedreiras. Este trabalho está sendo feito atualmente. Mas além dos locais que alagam no período da enchente o coordenador destaca os riscos de deslizamento e afundamento nos morros da Trav. Frederico Bulhão  e no Alto Pão de Açúcar
A questão dos deslizamentos de morros e encostas também vem de um contexto histórico de ocupação irregular e desordenada do terreno. Medidas de deslocamento da população são sempre vistas como impopulares e a tomada de ações acontece apenas no campo da remediação. Famílias atingidas por deslizamentos ficam em casas alugadas através de benefícios como o Aluguel Social. O conselho também atua realizando palestras para a comunidade e campanhas de conscientização a fim de criar uma consciência urbano-ambiental nos pedreirenses.

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